SER Mulher no Século XXI

SER Mulher no Século XXI

Quando historicamente buscamos justificativas plausíveis para comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, vejo que pouco foi feito desde o século XIX até os dia de hoje. Quando em 8 março de 1911 funcionárias de uma fábrica em Nova York- EUA , entram em greve reivindicando jornada menor de trabalho (de 15 horas para 10 horas diárias, salários iguais aos dos homens e um tratamento mais adequado no ambiente de trabalho) em março ainda, na mesma fábrica ocorreu um incêndio, onde das 146 vítimas 125 eram mulheres. Somente em 1977 a ONU oficializa 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.

Por muito tempo essa data não foi devidamente reverenciada, mas através dos movimentos feministas, a partir dos anos 60; com objetivo de tomar consciência da importância do gênero, independente de cultura, credo e situação financeira aconteceram avanços, especialmente no Cooperativismo, onde está amparada legalmente quando passa a ser associada à cooperativa através; Art. 27, § 1 da Lei de Benefícios da Previdência Social - Lei 8213/91.

A mulher de hoje passa por um processo de transformação de valores no qual decide o que deseja representar, de acordo com suas próprias necessidades, uma evolução em termos legislativos a conquista consolidada, através da Lei 11340/06, de agosto de 2006 – conhecida como Lei Maria da Penha. Uma conquista sim, pois de 173 países 46 ainda não tem lei especifica sobre violência contra as Mulheres.

Conforme dados do cadastro do Sistema Ocergs-Sescoop/RS dos 420 presidentes de cooperativas, atualmente 28 são mulheres, compõem o quadro social de diferentes ramos, dessa forma podemos ver a possibilidade de outras mulheres cooperativistas aumentarem esse indicador, buscando oportunidades de se fortalecerem difundindo conhecimento, compartilhando experiências, motivando novas lideranças e realizando ações inovadoras. Superando barreiras, a mulher cooperativista influencia seu entorno, tendo um pensamento global: através do seu pensar, sentir e especialmente do seu agir.

Conforme o Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius:

“...a lucidez e a inteligência dos homens dependem da inspiração da mulher. Principalmente em processos cooperativos, já que a cooperação começa no lar”

Importante salientar que a questão de gênero só tem seu real sentido se homens e mulheres: provedores, cuidadores, educadores e profissionais talentosos, se apoiarem mutuamente buscando um mundo com mais harmonia e sustentabilidade. Estamos vivendo uma nova economia que redesenha a cultura global, onde: compartilhar, unir, trabalhar em conecção pelo planeta, não apenas pelo próprio núcleo ou país. O novo perfil de trabalho no mundo é colaborativo, inteligente, abundante e especialmente Cooperativo.

Ubiracy Barbosa Ávila - Analista Técnica do SESCOOP/RS, Especialista em Cooperativismo, fundadora e ex-presidente da Cooperativa de Profissionais de Educação do RS, Mestranda em Gestão Internacional de Empresas Cooperativas.